O segundo filme sobre a vida de YSLaurent que está sendo exibido em São Paulo é uma verdadeira lição de marketing de moda e mostra aspectos do espírito criativo de Yves,numa época de profundas transformações sociais e econômicas.Os anos 70 trazem uma nova inquietação social,com a liberação sexual,as drogas ,os hippies e tudo o que cercou o movimento.....Yves fazia alta-costura,mas começou a sentir uma inquietude em função dos novos hábitos de consumo.O filme mostra o esforço para lançar uma linha mais democrática....O pret-a-porter de YSL aparece nessa época e o filme mostra os esforços do seu parceiro Pierre Bergé,que sempre cuidou das suas finanças,para lançar a nova linha a ser fabricada por Didier Grunbach.
O lançamento do perfume Opium é mostrado,mesmo com a preocupação dos empresários financiadores americanos,que já tinham participação da marca YSL no mercado mundial.Eles achavam que o nome era perigoso,pela alusão ao mundo das drogas,mas acabou sendo o grande sucesso comercial da marca.Os excessos dos anos 70 foram mostrados no filme,bem como o envolvimento de YSL em festas,drogas ,alcool e sexo.Figuras míticas da moda como Lolou de la Falaise e a modelo Bety,que serviram de inspiração para Yves,aparecem fazendo parte da "entourage criativa" de YSL. Bem como Jacques de Bascher,amante de YSL e estopim criativo e maligno que envolve o estilista em toda sorte de orgias de sexo e drogas.....O fim do filme mostra um YSLaurent amargo,totalmente atado,sem força criativa,peça de museu,como ele próprio se refere,na pele do ator Helmut Berger.
Neste momento,em que as marcas de moda mais importantes no mundo inteiro são gerenciadas por entidades financeiras e os criadores não tem mais a liberdade de criar,aparece o grande dilema......Moda Criação ou Moda Marketing?Até que ponto a liberdade criadora do estilista deve ser incentivada? E até que ponto a marca,como empresa de mercado tem que intervir na criação?
Eis a grande questão......
Diaulas Novaes,o editor